Amor
Simples do Sertão:Caminhos
Temos
um amor simples do sertão
Um
amor simples e forte do sertãoAmor daqueles que desafia Corisco e Lampião
como a uma manta estendida no firmamento
[em tom azul divino
Por ele deslizam diamantes
que deságuam no mais seco horizonte matutino
As
paredes de nosso lar a tudo ouvem,
cujo vento pendura quadros desidratados de paisagens
[quase mortas
que se movem quase vivas...
Sem moldura, e com todo dissabor
[e com toda a agrura
Sim!
É árido o nosso quintal
Nele
semea-se sede...
Sim! É vasto e insensível o nosso quintal
Porem, mais vasto é o nosso amor!
Nos amamos aos montes
no mar, e nos montes, montanhas e matas, e bosques e fontes
[de nosso imaginar
Não mente para ser bem visto
É ele a céu aberto!
À vista de todos
Amor que a tudo renuncia, a tudo se desapega
Amor que vive apenas do que é indispensável para o outro!
Dizem, os tolos, que não temos nada, que não temos ninguém
Riem
de nosso amor
Não sabemos!
O que sabemos é que temos um ao outro.
E que pede
e pede...
Nosso
melhor adorno é a pele um do outro!
E quando perguntados do porquê
Tais vozes se fazem mudas, a boca não se desnuda.
Calam-se!
E suas palavras entram assim com saem: sem audição!
Nada ouvimos!
Nesses momentos, somos a eles surdos.
Ouvindo apenas a voz do coração, dos nossos corações
Que se traduzem em um
E tão somente em um
Ainda sendo dois
Voz
que é ouvida apenas por amores simples e fortes
[como o nosso do sertão
Somos
assim
Simples
de coração
Vivendo um amor simples do sertão
cujo vento pendura quadros desidratados de paisagens
[quase mortas
que se movem quase vivas...
Sem moldura, e com todo dissabor
[e com toda a agrura
Sim! É vasto e insensível o nosso quintal
Porem, mais vasto é o nosso amor!
Nosso
amor é assim
É
como namoro de praça de cidade pequenaNos amamos aos montes
no mar, e nos montes, montanhas e matas, e bosques e fontes
[de nosso imaginar
O
nosso amor é assim
Bem
diferente do amor das capitais, dos capitais.Não mente para ser bem visto
É ele a céu aberto!
À vista de todos
Amor que a tudo renuncia, a tudo se desapega
Amor que vive apenas do que é indispensável para o outro!
Não sabemos!
O que sabemos é que temos um ao outro.
Temos
um amor como aquele que viaja apenas com a roupa do corpo
Que
carrega trocados, que pede por águaE que pede
e pede...
Dizem
que temos que mudar:
Mas, quem nos diz, eles não mudam_ não cultivam mudasE quando perguntados do porquê
Tais vozes se fazem mudas, a boca não se desnuda.
Calam-se!
E suas palavras entram assim com saem: sem audição!
Nada ouvimos!
Nesses momentos, somos a eles surdos.
Ouvindo apenas a voz do coração, dos nossos corações
Que se traduzem em um
E tão somente em um
Ainda sendo dois
Voz
que rega o solo seco
Voz
que leva a quem tem sede toda água em fonteVivendo um amor simples do sertão